terça-feira, 24 de agosto de 2010

O Renascimento


RenascimentoRenascença ou Renascentismo são os termos usados para identificar o período da História da Europa aproximadamente entre fins do século XIII e meados do século XVII, mas os estudiosos não chegaram a um consenso sobre essa cronologia, havendo variações consideráveis nas datas conforme o autor. Seja como for, o período foi marcado por transformações em muitas áreas da vida humana, que assinalam o final da Idade Médiae o início da Idade Moderna. Apesar destas transformações serem bem evidentes na cultura,sociedadeeconomiapolítica e religião, caracterizando a transição do feudalismo para ocapitalismo e significando uma ruptura com as estruturas medievais, o termo é mais comumente empregado para descrever seus efeitos nas artes, na filosofia e nas ciências.
Chamou-se "Renascimento" em virtude da redescoberta e revalorização das referências culturais da antigüidade clássica, que nortearam as mudanças deste período em direção a um ideal humanista e naturalista. O termo foi registrado pela primeira vez por Giorgio Vasarijá no século XVI, mas a noção de Renascimento como hoje o entendemos surgiu a partir da publicação do livro de Jacob Burckhardt A cultura do Renascimento na Itália (1867), onde ele definia o período como uma época de "descoberta do mundo e do homem".
O Renascimento cultural manifestou-se primeiro na região italiana da Toscana, tendo como principais centros as cidades de Florença e Siena, de onde se difundiu para o resto dapenínsula Itálica e depois para praticamente todos os países da Europa Ocidental, impulsionado pelo desenvolvimento da imprensa por Johannes Gutenberg. A Itália permaneceu sempre como o local onde o movimento apresentou maior expressão, porém manifestações renascentistas de grande importância também ocorreram na Inglaterra,AlemanhaPaíses Baixos e, menos intensamente, em Portugal e Espanha, e em suas colônias americanas. Alguns críticos, porém, consideram, por várias razões, que o termo "Renascimento" deve ficar circunscrito à cultura italiana desse período, e que a difusão européia dos ideais clássicos italianos pertence com mais propriedade à esfera do Maneirismo. Além disso, estudos realizados nas últimas décadas têm revisado uma quantidade de opiniões historicamente consagradas a respeito deste período, considerando-as insubstanciais ou estereotipadas, e vendo o Renascimento como uma fase muito mais complexa, contraditória e imprevisível do que se supôs ao longo de gerações.

França e o Renascimento


França

A influência renascentista via Flandres e a Borgonha já existia desde o século XV, como se nota na produção de Jean Fouquet, mas aGuerra dos Cem Anos e as epidemias de peste atrasaram seu florescimento, que ocorre somente a partir da invasão francesa da Itália porCarlos VIII em 1494. O período se estende até cerca de 1610, mas seu final é tumultuado com as guerras de religião entre católicos ehuguenotes, que devastaram e enfraqueceram o país. Durante sua vigência a França inicia o desenvolvimento do absolutismo e se expande pelo mar explorando a América. O centro focal se estabelece em Fontainebleau, sede da corte, e ali se forma a Escola de Fontainebleau, integrada por franceses e italianos como RossoPrimaticcioDell'Abbate e Toussaint Dubreuil, sendo uma referência para outros comoFrançois ClouetJean ClouetJean GoujonGermain Pilon e Pierre Lescot. Leonardo também esteve presente ali.
Na música houve um enorme florescimento através da Escola da Borgonha, que dominou a cena musical européia durante o século XV e daria origem à Escola franco-flamenga, que produziria mestres como Josquin des PrezClément Janequin e Claude Le Jeune. A chansonfrancesa do século XVI teria um papel na formação da canzona italiana, e sua Musique mesurée estabeleceria um padrão de escrita vocal declamatória na tentativa de recriação da música do teatro grego, e favoreceria a evolução para a plena tonalidade. Também apareceu um gênero de música sacra distinto de seus modelos italianos, conhecido como chanson spirituelle. Na arquitetura foram deixados monumentos ímpares como o Castelo de Chambord e o Château d'Amboise.[52][53] Na literatura se destacam Rabelais, um precursor do gênero fantástico, Montaigne, popularizador do gênero ensaio onde é até hoje um dos maiores nomes, e o grupo integrante da Plêiade, com Pierre de RonsardJoachim du Bellay e Jean-Antoine de Baïf, que buscavam um atualização vernácula da literatura greco-romana, a emulação de formas específicas e a criação de neologismos baseados no latim e no grego.[54]
Exemplo musical


Artistas do Renascimento Francês

François I de Angoulême, ou Francisco I da França (Cognac, 12 de Setembro de 1494 - Rambouillet, 31 de Julho de 1547) foi rei da França, coroado em 1 de janeiro de 1515 na Catedral de Reims, e governou o país até à sua morte em 1547. Foi sepultado, com sua mulher Cláudia de França, duquesa da Bretanha, na Basílica de Saint-Denis, nas proximidades de Paris, e é chamado pelos franceses de "o Pai" (le Père) ou "o Restaurador das Letras" (Le Restaurateur des Lettres), e ainda "o Grande Golas", (Le Grand Golas), "o Bom Golas" (Le Bonhomme Golas) e ainda "Francisco de Nariz comprido" (François au Grand Nez).

Francisco pertencia à casa dos Valois dinastia que levou ao trono. Foi filho único de Carlos I de Valois ou Carlos d´Orléans-Angoulême (1459 - 1º de Janeiro de 1496), morto em Châteauneuf-en-Angoumois e sepultado na catedral de Angoulême. Era Conde de Angoulême, de Beaumont, do Luxemburgo, Conde de Soissons, Barão de Coucy, conde do Perigord, Governador da Aquitânia ou Guyenne. Sua mãe foi Luísa de Savóia.

Francisco tornou-se conde de Angoulême em 1496, depois Duque de Valois, duque de Milão, senhor de Asti, Duque da Bretanha (por direito da mulher, a princesa Cláudia). Herdou o trono não como genro, pois a Lei Sálica não permitia sucessão feminina, mas como primo de Luís XII, que não tivera herdeiros varões. Não foi Delfim, mas foi Rei.

Francisco I foi um grande mecenas e ajudou a difundir o Renascimento na França. Convidou a vir à França os grandes artistas da Itália, como Leonardo da Vinci, Rosso, Primaticcio, Benvenuto Cellini, Andrea del Sarto. Deu início ao atual palácio do Louvre, construiu ou redecorou os castelos de Fontainebleau e Chambord, foi o patrono dos poetas Marot e du Bellay. Seu mais importante serviço ao Humanismo foi ter fundado o Colégio de França ou Collège de France, que inicialmente se destinava ao ensino das línguas hebreia, grega, latina. Fundou a Imprensa real ou Imprimerie Royale. Entretanto, embora permitisse o desenvolvimento, nos círculos intelectuais, de certas idéias protestantes, ao mesmo tempo em que se propagava o Humanismo, depois de 1534 foi hostil à propagação do Protestantismo entre o povo, como se nota por sua perseguição em 1545 dos «Vaudois» de Chabrières e Mérindol.

Deixou poemas interessantes que os críticos consideram medíocres. Seu túmulo, e o de sua esposa a Rainha Cláudia (que deixou batizada uma espécie de ameixa verde que muito apreciava), em St. Denis, foram desenhados por Philibert Delorme, e executados por Pierre Bontemps.

François Rabelais (1493-1553) viaja pelo interior da França como padre e entra em contato com dialetos, lendas e costumes que influenciam sua obra. Em 1530, abandona o hábito e estuda medicina. A epopéia de Pantagruel e seu pai Gargantua, gigantes de apetites imensos, critica a estagnação medieval, atacando a igreja, a cavalaria e as convenções e é considerada obscena, na época, devido à expressão dos instintos.